Uma Era repleta de novidades
Apesar de ter desembarcado no Atlético-MG há menos de uma semana, Gabriel Milito já chegou mostrando a que veio. O mais novo comandante da equipe alvinegra foi apresentado na última quarta (27) e tem mostrado um alto astral que tanto o clube quanto os torcedores apreciam.
Contudo, enquanto conversava com a imprensa, o técnico surpreendeu ao falar amplamente sobre saúde mental, um tópico em alta na modalidade. O comandante demonstrou estar atento ao modo de como os atletas devem ser tratados, e isso pode fazer toda a diferença para o Galo dentro das quatro linhas.
Segundo um levantamento realizado em 2023 pelo portal Trivela, revelou que quase metade dos clubes da Série A no Brasil não tinham psicólogos em suas comissões e o time de BH não era um deles.
O clube dispõe de uma psicóloga, que acompanha os atletas fora de campo. Há pouco tempo Richarlison do Tottenham foi um dos jogadores que fez questão de falar sobre a necessidade de ter um acompanhamento profissional quando o assunto envolve a saúde mental.
Importância da saúde mental no futebol
“O futebol evoluiu muito nas questões físicas e táticas nos últimos anos. Faltava a ferramenta do tema psicológico. No futebol de elite, o jogador está submetido a muitas situações estressantes, de muita pressão. Se um jogador está com problemas, é preciso ajudá-lo, para tirarmos o melhor desempenho. Temos que ser fortes mentalmente, e por isso acredito muito na psicologia. Por isso meu grupo de assistentes tem um psicólogo, que é muito profissional, que faz o seu trabalho”, afirmou Milito ao ser questionado sobre dispor de um psicólogo à disposição no time.
“Um jogador, antes de jogador, é uma pessoa. Damos muita importância ao fator humano. Estamos para ajudá-los. Estamos para construir uma força interna no clube. Temos que ir na mesma direção. Se vamos divididos, estaremos mais fracos. Juntos, estamos fortes”, completou.
Além disso, o treinador abordou a questão mental dos jogadores em outras momentos da entrevista. Um exemplo disso, é o fato do mesmo ressaltar que ter um atleta talentoso, mas sem mentalidade não gera bons resultados.
“Para chegar a este lugar, tem se que ter talento e muita mentalidade. Se não, não chega. Pode jogar futebol, mas não neste nível. Se jogar com talento, mas sem mentalidade, não chega. Com mentalidade e sem talento, também não chega. Tem que unir os dois aspectos”, ressaltou o argentino.
Tendo isso em mente, Milito fez questão de deixar claro que viu talento e mentalidade no Galo antes de juntar a equipe. Contudo, reforçou que isso é mais fácil de notar ao longo dos dias e, principalmente, nos jogos. Ou seja, o fato de como o jogador se comporta após uma vitória e uma derrota é um ponto determinante para ele.
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Milito de olho em seu plantel
“Ver como eles sabem ganhar e perder. Falamos com os jogadores: na adversidade, busquem o melhor, não que isso diminua seu rendimento. Quando as coisas vão bem, tudo é mais fácil. Mas, é futebol, e sabemos que, nas equipes, há momentos duros, de adversidade e que não se conseguem as coisas. Aí, preciso ser valente, mas também da valentia dos jogadores”, destacou.
De fato, a visão do treinador em relação ao futebol é bem diferente em relação ao estilo de outros colegas de profissão, ainda mais no Brasil. Por aqui, a maioria das vezes só o resultado positivo importa. Mas para Milito, o caminho e como os jogadores se portam em campo vale bastante. Além disso, para ele o erro faz parte, mas não competir é algo inaceitável.
“Os erros acontecem a todo tempo no futebol. Posso perdoar um erro, mas não posso perdoar que o jogador não dê 100%. Comigo joga quem joga bem, mas quem também deixa 100% em todas as partidas. Este clube e o futebol de elite exigem isso. Isso facilita ou aumenta as chances de ganhar. A união de muitas coisas te fazem ser uma grande equipe, e tenho certeza que não pode faltar a paixão”, pontuou o treinador.