Venda da SAF no Vasco

Nesta quinta-feira (14), em São Januário, Pedrinho participou de uma coletiva que se estendeu por mais de duas horas. O presidente do Vasco abordou a possibilidade de negociar a SAF e destacou que, até surgir um novo investidor, é sua responsabilidade manter o clube em operação. No entanto, deixou claro que não tem interesse em gerir o futebol diretamente.

“Enquanto eu for presidente do Vasco, a minha intenção vai ser vender a SAF. A minha intenção (com ênfase) é vender. Vender é um outro processo. Não posso ficar sentado esperando um investidor, porque tenho contas a pagar e preciso fazer com que o clube ande. Tenho dívidas, tenho compromissos e preciso fazer uma reestruturação financeira.

O torcedor tem todo direito de nunca mais querer ouvir a palavra reestruturação, porque ela já foi dita milhões de vezes e nunca foi feito nada. A medida cautelar que demos entrada é o início desse processo para que o Vasco seja autossuficiente. Isso não tem nada a ver com não querer vender a SAF. Eu preciso fazer com que o clube consiga pagar os salários, e depois da medida vamos ver o próximo passo” , falou Pedrinho.

“A associação não vai gerir o futebol se virar SAF. Isso é uma narrativa, vocês têm entendimento e têm que começar a entender o que é a história do clube. Por que eu falo sobre intenção de vender? Porque eu posso não encontrar um investidor. Aí eu vou ser cobrado porque eu falei que vou vender. Quando eu falo que tenho intenção de vender é porque eu quero vender.

Eu vou conseguir? Vou ter um investidor? A gente está no mercado, atende todo mundo, algumas coisas são muito superficiais. A gente nunca vai pedir para o associativo ser majoritário. Primeiro porque a gente não tem esse desejo e, segundo, porque isso é uma maluquice. Ninguém vai investir milhões para outro mandar. E não é a minha intenção. Minha intenção é proteger a instituição com cláusulas de proteção” continuou.

Critérios pa o negócio ser fechado

Pedrinho definiu condições para negociar a SAF do Gigante da Colina: “Tem alguns critérios óbvios para a gente alinhar com um investidor: credibilidade reconhecida, saúde financeira, planejamento esportivo financeiro com prazos para de cumprimento, estrutura de CT com prazo de cumprimento, porque a gente pode botar “gastar R$ 50 milhões no CT” e nunca gasta.

A gente precisa ter garantias para proteger a instituição para não cometer o mesmo erro cometido com a 777. Na minha única conversa presencial com o Josh (Wander, sócio-majoritário da 777), pedi garantias do aporte de R$ 270 milhões, e ele disse que as garantias eram as próprias ações.”

“Vou fazer uma analogia simples: você compra meu carro e me paga no final do mês, aí quando chega no final do mês você não tem dinheiro para me pagar e devolve o carro. Aí o carro está com os quatro pneus carecas, sem o IPVA pago, sem gasolina, batido, com farol apagado“.

Quando?

“Isso não é garantia. A 777 pegou o Vasco com uma dívida, maior do que foi divulgada, aportou os R$ 310 milhões e deixou uma dívida muito maior. Eu tenho a intenção de vender a Vasco SAF. Quando isso vai acontecer? Não sei. As pessoas acham que têm várias pessoas batendo na porta, oferecendo 40 trilhões de dólares, e eu falo “não quero, porque adoro poder e vou reestruturar o Vasco”. Mentira.