Rompimentos na direção
Henrique Gaede se manifestou sobre sua saída do Conselho Administrativo do Athletico, que ocorreu na última quarta-feira, coincidindo com a renúncia do segundo vice-presidente, José Lúcio Glomb. A turbulência na diretoria seguiu um episódio controverso em que o presidente Mario Celso Petraglia fez gestos obscenos à torcida após críticas, gerando repercussão negativa.
Em entrevista ao ge, Gaede revelou que esse incidente foi decisivo para sua decisão de deixar o cargo. “Isso desencadeou a gota d’água. O presidente, numa noite de terça-feira, com 13 mil pessoas no estádio que leva o nome dele, resolve ofender toda uma noção. Eu não posso defender isso.” Sua declaração evidencia a insatisfação com a situação.
Frustração com a falta de participação
O advogado expressou descontentamento pela falta de participação em decisões cruciais do clube, como as demissões do técnico Cuca e do CEO Alexandre Leitão. Gaede, que integrou a chapa de oposição a Petraglia, destacou a dificuldade em influenciar as diretrizes do Athletico.
Gaede também criticou a centralização do controle na figura de Petraglia, afirmando que isso prejudicou a governança do clube “Infelizmente, o ano de 2024 foi um ano um pouco atípico. O Mário teve aquele problema de saúde e não tinha uma participação frequente nos primeiros momentos, houve um período também que ele teve que se ausentar. O Athletico adoeceu junto com o presidente, justamente por conta dessa dessa falta de de liderança, dessa falta de sucessão. Gostaria de ter participado de decisões estratégicas de uma forma mais efetiva. As atribuições são um pouco nebulosas pro conta dessa extrema centralização que existe no clube. Essa falta de liderança gerou um impacto negativo na gestão.“
Necessidade de mudança no Athletico-PR
O ex-conselheiro defendeu a urgente necessidade de mudanças na liderança do Furacão e na estrutura do clube. “Falta processo de mudança para que o Athletico continue sendo o mesmo que alcançou esse patamar.” Ele ressaltou que não se pode permitir que novas ideias sejam desconsideradas.
Gaede também mencionou a importância de implementar o modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF) para garantir a continuidade e a profissionalização do clube. “Para enfrentar os grandes players, precisamos da SAF. Eu sou a favor dessa profissionalização, mas defendo de uma forma um pouco diferente, com transparência.”
Atualmente, o Conselho Administrativo do Furacão conta apenas com Petraglia e o primeiro vice-presidente, Luiz Alberto Küster. O Conselho Deliberativo deve se reunir em breve para discutir os próximos passos e a reestruturação necessária para o clube seguir em frente. A situação atual exige uma reflexão profunda sobre a governança e o futuro do Athletico.
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