Arbitragem preocupa clubes brasileiros
A arbitragem brasileira tem sido motivo de muita polêmica no futebol brasileiro. Diversos clubes tem demonstrado insatisfação com a atuação da equipe designada pela CBF para colocar ordem nas partidas.
As reclamações já eram constantes, mas ganharam uma nova proporção principalmente após as declarações fortes de John Textor, dono da SAF do Botafogo, que chegou a apresentar um relatório que indicava possíveis manipulações de resultado e corrupção envolvendo os árbitros.
Na última segunda-feira (19), o presidente do Vitória também disparou contra a arbitragem e indicou favorecimento para que times como Corinthians e Fluminense não fossem rebaixados. O Palmeiras também já levantou questionamentos relacionados a lances polêmicos em suas partidas.
Outro exemplo recente foi a desconfiança da torcida do Juventude após o sorteio da Copa do Brasil. O adversário será o Corinthians e os alviverdes indicaram que o Papo pode ser prejudicado pelos donos do apito.
Seneme fica
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, reconheceu os desafios enfrentados pela arbitragem no futebol brasileiro, mas afirmou que isso não justifica a demissão de Wilson Seneme, atual presidente da comissão de arbitragem. “Se fosse assim, a gente já tinha trocado dez vezes os presidentes, porque está tendo erro sempre. Isso é notório. Não faço meias palavras. A gente acompanha futebol e sabe. O Seneme sabe também da posição. A gente pontua erros em algumas arbitragens. E ele também não está satisfeito”, declarou Ednaldo após a convocação da seleção brasileira nesta sexta-feira.
Seneme deve permanecer na comissão de arbitragem?
Seneme deve permanecer na comissão de arbitragem?
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Ednaldo enfatizou que a troca no comando da arbitragem não resolveria os problemas estruturais que afetam o setor. “Tem uma reunião da comissão de árbitros com os árbitros e depois com os clubes. Se fosse só trocar a pessoa que comanda, isso vai atrasar cada vez mais o que a gente pretende de melhorias”, afirmou. Ele ressaltou a importância de uma padronização no entendimento das regras por parte dos árbitros, para evitar divergências de critérios em diferentes partidas.
O presidente também abordou as constantes reclamações dos clubes em relação às decisões dos árbitros. Para ele, essas críticas fazem parte do futebol e devem ser encaradas como uma oportunidade de evolução. “Eu sei da função. É o nosso ofício. Querer tranquilidade no futebol, só se passar de férias na Praia do Forte ou outra praia. Vejo as reclamações dos clubes como algo normal. As que buscam melhoria, são pertinentes. Queremos que apontem os erros e deem soluções. Não somos os donos da verdade”, afirmou, destacando a disposição da presidência em manter um diálogo aberto com os clubes.
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Quanto à profissionalização dos árbitros, Ednaldo destacou que, embora a lei já tenha sido aprovada, ainda há questões importantes a serem regulamentadas. “Profissionalização é lei, já está aprovada. Mas a regulamentação, não. Falam: ‘Vamos profissionalizar’. Mas não discutem a legislação aplicada aos árbitros, carga horária de trabalho, tempo de aposentadoria, piso salarial. As pessoas falam como se fosse só colocar no papel que é profissional a partir de hoje. Precisa de um projeto consistente, tramitado no Congresso”, explicou.
Por fim, ao ser questionado sobre uma avaliação da arbitragem atual, Ednaldo preferiu deixar essa responsabilidade para Wilson Seneme. “Eu prefiro que o próprio Seneme dê a nota, porque ele vive diretamente com os árbitros, aplica os ensinamentos e cobra. Independentemente de nota, houve avanços. Mas poderia ser mais. E esse ‘mais’ é que vamos buscar através do diálogo. Arbitragem é prestação de serviço. Quem contrata, tem direito de falar que não está satisfeito”, concluiu o presidente da CBF.