Inter fora da competição
A terça-feira foi um dia de reflexão para o Internacional. A equipe, ainda se recuperando da derrota para o Juventude na semifinal do Gauchão, se reuniu para discutir os próximos passos.
O Colorado, conhecido por seus treinos a portas fechadas, optou por um isolamento ainda maior. No dia seguinte à eliminação, nem mesmo o aquecimento foi aberto à imprensa.
O objetivo era simples: discutir em privado sobre a derrota para o Juventude. A performance abaixo do esperado e a postura da equipe causaram desconforto. Coudet, apesar de ter um elenco robusto, não conseguiu encontrar uma maneira de superar Roger.
Era necessário entender o que levou à saída precoce do campeonato, as decisões tomadas durante o jogo e como reverter a situação. Uma análise mais objetiva era necessária, mesmo que a decepção ainda fosse palpável.
Elenco abalado
Entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira, o desânimo era evidente. As expressões nos rostos dos jogadores revelavam o impacto da derrota. O presidente Alessandro Barcellos, visivelmente abalado, expressou sua insatisfação.
“Todos têm responsabilidade. Montamos um elenco com objetivos a cumprir. Todos são cobrados, inclusive a comissão técnica. Mas não podemos desistir. É doloroso, é difícil dizer isso, mas continuamos acreditando que este grupo e comissão nos trarão vitórias. É uma convicção nossa. Todos serão cobrados. Já foram e continuarão sendo”, disse o presidente.
As palavras de Barcellos ecoaram o que aconteceu no vestiário do Beira-Rio. O ambiente era de tristeza e indignação. Robert Renan e Mauricio, que tiveram um papel significativo na derrota, foram cobrados. Robert errou um pênalti de cavadinha, enquanto Mauricio foi expulso após agredir Nenê. Robert, que entrou nos últimos segundos do jogo, estava visivelmente abalado e chorando.
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“Quando se joga em alto nível, em uma equipe como o Inter, haverá repercussões. O lance do Mauricio… Ele teve uma reação, mas tanto o Robert quanto ele são jovens. Não podemos colocar toda a culpa neles. Temos responsabilidade. Será uma lição para Robert para a vida. É um momento difícil para o torcedor, para nós, para ele. Precisamos dar força. Não podemos julgar, condenar”, disse Alan Patrick.
Cavadinha perigosa
“Houve cobrança logo no começo. Não houve muito diálogo. Ele está muito mal, mal conseguiu falar direito. Chora o tempo todo. Que sirva de aprendizado. Ele é jovem. A maneira como bateu e perdeu, acham que foi displicente. Ele treina assim e de outro jeito. Precisa levantar a cabeça e enfrentar as consequências. Precisa ser forte. A culpa é de todos”, completou Renê ainda na saída do Beira-Rio.
Pessoas próximas a Robert Renan foram contatadas. O zagueiro, ainda abalado pelo erro, não estava cobrando a penalidade daquela maneira pela primeira vez. Ainda na Rússia, ele já havia batido um pênalti da mesma maneira e, naquela ocasião, com sucesso.
Por isso, a noite mal dormida e o passar das horas serviram para amenizar a decepção e buscar uma reflexão. A cicatriz ainda está exposta e levará tempo para cicatrizar, mas é necessário reunir forças para retomar o caminho e lutar pelas competições restantes.
O Inter, apesar do golpe, não pode se dar ao luxo de se lamentar por muito tempo. Ainda há muito em jogo na temporada e a equipe precisa se reagrupar e focar nos próximos desafios. A derrota para o Juventude servirá como uma lição dura, mas necessária. A equipe precisa aprender com seus erros e trabalhar para garantir que não se repitam no futuro.