Sequência invicta no Campeonato Paulista
O Corinthians segue na liderança do Grupo A com 18 pontos, em sete jogos, com seis vitórias e apenas uma derrota. A equipe chegou ao seu terceiro triunfo consecutivo ao superar o Novorizontino por 1 a 0, na noite da última segunda-feira (03), no Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi “Jorjão”. Apesar dos bons resultados em campo, o Timão lida com grandes preocupações fora das quatro linhas.
Plano para o pagamento de dívidas
O alvinegro paulista apresentou um plano para o pagamento de parte de sua dívida, que soma R$ 367 milhões, nos próximos dez anos. A proposta foi enviada à Justiça de São Paulo na última segunda-feira (3), com o objetivo de solucionar um dos maiores desafios financeiros do clube.
A dívida abordada pelo plano diz respeito aos compromissos com empresários, fornecedores e jogadores, incluindo os direitos de imagem a serem recebidos. Contudo, não estão incluídos nesse montante os débitos tributários nem o financiamento da Neo Química Arena, que representam uma parte significativa do endividamento total do clube.
A estratégia do Corinthians para quitar a dívida proposta envolve destinar 4% das receitas recorrentes mensais, excluindo a venda de jogadores, para os credores listados no Regime Centralizado de Execuções (RCE). A receita inclui direitos de transmissão, patrocínios e outras fontes de rendimento do clube.
Além disso, o Corinthians se comprometeu a repassar 5% de valores recebidos com transferências de jogadores para leilões reversos, uma dinâmica que permitirá aos credores oferecer descontos nas dívidas. O maior desconto será priorizado no recebimento dos valores devidos, com o mínimo sendo de 30%.
Qual o tamanho da dívida do Corinthians?
A dívida total do clube é ainda mais expressiva quando considerados outros compromissos não cobertos pelo plano, como a dívida tributária, que chega a R$ 817 milhões, e o financiamento da Neo Química Arena, com um saldo devedor de R$ 677 milhões. O total de dívidas cíveis e tributárias ultrapassa R$ 900 milhões, sendo que apenas os R$ 367 milhões estão detalhados no plano enviado à Justiça. Para cumprir o pagamento, o Corinthians se comprometeu a realizar um controle orçamentário rigoroso, visando garantir a viabilidade financeira do clube enquanto honra seus débitos.
Talles Magno jogador do Corinthians comemora seu gol durante partida contra o Ponte Preta no estádio Moises Lucarelli pelo campeonato Paulista 2025. Foto: Diogo Reis/AGIF
Uma das diretrizes do plano é garantir prioridade no pagamento para credores mais vulneráveis, como idosos, pessoas com doenças graves e aqueles com renda inferior a 60 salários mínimos. Para os fornecedores que continuarem prestando serviços ao clube após o pedido do RCE, será concedido um benefício: esses credores terão prioridade, recebendo 50% do valor mensal destinado ao pagamento da dívida. Isso visa assegurar que os parceiros do clube sejam mantidos, enquanto a reestruturação financeira se processa.
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Ainda aguardando a aprovação judicial, o plano prevê que, se aceito, os pagamentos comecem a ser realizados 45 dias após a decisão da Justiça. A dívida será corrigida pela inflação, acompanhando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O Corinthians tem como meta quitar 60% da dívida total em até seis anos, uma meta ambiciosa que exige disciplina financeira e o cumprimento rigoroso do controle orçamentário estabelecido na proposta. A implementação desse plano é vista como um passo crucial para a recuperação financeira do clube e para a normalização de suas operações nos próximos anos.