Clima ruim nos bastidores
O torcedor vascaíno foi surpreendido na última quinta-feira (21) com a demissão do diretor de futebol Alexandre Mattos, que deixou o clube apenas 100 dias após desembarcar no Rio de Janeiro.
Lúcio Barbosa, CEO da SAF, explicou a saída de Mattos e apontou que a quebra de confiança foi o motivo principal para a decisão, mas houveram outros fatores que acabaram motivando o desligamento.
De acordo com informações do jornalista Lucas Pedrosa, o clima nos bastidores teria ficado mais leve após a demissão do dirigente. Havia especulações de divergências não apenas com a SAF, mas também com a comissão técnica e parte do elenco.
O ex-diretor teria tido problemas inclusive com a comissão técnica e parte dos jogadores. Em contato com a imprensa nesta segunda, Emiliano Díaz, auxiliar técnico, evitou falar sobre a saída e os possíveis conflitos com Mattos.
Mas Alexandre Mattos concedeu uma entrevista ao programa Boleiragem, no qual revelou o verdadeiro motivo para ter seu trabalho prejudicado no Gigante da Colina. Vale lembrar que ele chegou sob bastante expectativa.
Falha na comunicação
Para o ex -diretor-executivo alvinegro, houve uma falha de comunicação desde que chegou ao Vasco seu trabalho com a equipe do Parque São Januário.
“O meu equívoco foi a má comunicação no pré-assinatura, foi muito atropelado, tudo muito rápido. Se esclarece antes, é aceitaria, é assim, não tem como. O que aconteceu é que eu tive que ter a compreensão já com o jogo rolando.”, contou antes de prosseguir:
“E muita pressão, muita expectativa, muita pressão externa, o Ramón está lá e quer ganhar de imediato, e eu ali no meio. As coisas foram andando e gerando esse desgaste”, destacou Mattos.
Ele ainda recordou seu histórico no futebol. “Eu tenho um diagnóstico próprio, tenho 20 anos trabalhando em clubes, retrospecto de profissionalismo, sempre durando muito em cada clube, com conquistas e legados. O que tem de diferente? A comunicação da minha chegada. A comunicação foi falha.”.
“Qual que era a expectativa em relação a mim, como seria o dia a dia, para quem eu me reportaria, quem realmente era a pessoa responsável pela pasta do futebol? Foi confuso”, continuou o executivo.
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Não fugiu da responsabilidade
Apesar de culpar a falta de comunicação pelo prejuízo no seu trabalho, Mattos não se isentou de culpa. “Eu me coloco como o maior responsável por esse equívoco. Isso foi gerando uma série de desgastes, sempre tinha uma dúvida, que geraram uma quebra de confiança na percepção deles, e aí a gente partiu para o desligamento. Que eu respeito, faz parte do futebol, sem mágoas.”.
O ex-diretor ainda apontou as transformações vividas pelo Gigante da Colina. “O Vasco SAF tem um ano e meio e o Vasco mudou muito. O Vasco é outro, tem tudo para dar certo, só tem que entender que as coisas vão acontecer de médio a longo prazo. Esse alinhamento de expectativa também gerou uma frustração rápida”, completou.
Mattos também esclareceu que sua autonomia à frente do futebol do Vasco dependia do assunto. “Cada hora que se tem um assunto diferente é um entendimento diferente dessa autonomia. Às vezes eu precisava resolver uma coisa com um atleta, eu precisava entender: uma renovação, penalidade, um “bicho”, eu demorei a entender. O que não tem problema nenhum. Às vezes o próximo não vai sentir isso”.
O que pensam os torcedores
O cara aceita o trabalho sem saber como seria a sua função e os processos e a culpa é do clube? 120 milhões jogados fora e ele não tem culpa nenhuma?