“O jogo só acaba quando termina; “Só acaba quando o juiz apita; “No futebol é possível”. Quem acompanha futebol, certamente já ouviu alguma dessas frases, ou citações parecidas com essas. E nas duas últimas décadas, alguns grandes resultados no futebol brasileiro evidenciaram isso. E o Bola Vip Brasil relembra quatro delas, protagonizadas por três diferentes equipes:
“A Virada do Século”:
Há 21 anos, o Vasco da Gama fazia jus fielmente às máximas citadas acima. Dificilmente quando alguém defende que nunca se pode dizer que um jogo está ganho, não se lembra do Palmeiras x Vasco pela Copa Mercosul 2000. A decisão do título acontecia em duas partidas, porém, caso cada clube vencesse uma delas, independente do saldo de gols, era prevista a realização de um terceiro encontro, para o desempate. E assim aconteceu. Na ida, deu Vasco 2 a 0, em São Januário. Juninho Pernambucano e Romário foram às redes. No embate de volta, Neném garantiu a vitória palmeirense por 1 a 0, no extinto Parque Antárctica. O campeão só seria conhecido então, no terceiro confronto.
Novamente no Parque Antárctica, as equipes foram em campo na noite do dia 20 dezembro. O Gigante da Colina com um time bem mais badalado, estrelado por peças como Romário, Juninho Paulista, Juninho Pernambucano e Euller, além de Viola na reserva. Porém, com Joel Santana fazendo sua estreia no comando do grupo vascaíno, após Oswaldo de Oliveira ser demitido por conta de um desentendimento com o então presidente Eurico Miranda. Já o Alviverde, vivia situação mais amena, tanto dentro quanto fora de campo. Sem badalação no elenco e sem turbulências o cercando. E jogava em casa, diante de uma festa da sua torcida.
A partida era bem disputada, com maior pressão dos mandantes. Até que os 36 minutos, quando tudo mudou. Junior Baiano tocou na bola com a mão dentro da área após cobrança de escanteio, o árbitro Marcio Rezende de Freitas marcou pênalti. Tuta foi para a bola e abriu o Placar: Palmeiras 1 a 0. O Vasco deu a saída para o recomeço de jogo no meio-campo, perdeu a bola e Magrão fez o segundo gol alviverde, em um intervalo de menos de dois minutos. Aos 45’, Tuta ampliou e fez o que, para muitos, era o gol do título. Mas ainda restava o segundo tempo.
E a reação vascaína veio aos 14’, com Romário convertendo penalidade sofrida por Juninho Paulista. Aos 23’, o cenário se repetiu e Romário guardou mais um em penal sofrido por Juninho. Os visitantes buscavam o empate, até encontrar mais um obstáculo pelo caminho: Junior Baiano foi expulso. Era correr atrás de mais um gol para ir aos pênaltis, com um jogador a menos. O empate chegou aos 41’. Após jogada de Viola, Juninho Paulista apareceu para finalizar e deixar tudo igual. Já se fazia um resultado heroico.
Mas era noite, do imponderável. Aos 48’, novamente apareceram os dois principais nomes do jogo. Romário aproveitou rebote de Juninho Paulista, e cravou a virada: Palmeiras 3 x 4 Vasco. Em 2009, o triunfo épico virou livro, com o título de “A Virada do Século”.
Ronaldinho, Neymar e o prêmio Puskas:
Na Vila Belmiro, o Santos de Neymar, Ganso e Elano e cia, sob o comando de Muricy Ramalho, recebia o Flamengo de Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves, com Vanderlei Luxemburgo à beira do campo. O confronto era válido pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2011. Logo aos cinco minutos de jogo, Neymar dá a primeira amostra do que seria uma atuação de gala. O craque do time faz grande jogada pela esquerda e passa para Elano, que serve Borges, para abrir o placar.
Pouco depois, aos 15’, Borges amplia o marcador. Neymar tabela com Ganso, finaliza e para no goleiro Felipe, mas consegue, sentado, dar assistência para o centroavante santista fazer o segundo. Liderado por Neymar, o Santos avassalador. Dez minutos depois do 2 a 0, o camisa 11 apareceu para anotar o terceiro tento para os donos da casa. Neymar partiu novamente do lado esquerdo, tabelou com Borges, deu um drible desconcertante no zagueiro Ronaldo Angelim, e tocou por cima de Felipe. Gol que valeria Puskas.
Três minutos depois do golaço de Neymar, Ronaldinho Gaúcho aproveitou falha de Rafael Cabral e escorou para descontar a favor do Flamengo. Começava a aparecer o outro grande nome do jogo. Logo em seguida, aos 31’, Thiago Neves cabeceou em cruzamento certeiro de Leo Moura e pôs fogo no confronto: Santos 3 x 2 Flamengo. Aos 42’, Elano teve a chance de colocar o Santos em maior vantagem, em cobrança de pênalti. O meia foi para a bola e cavou no meio do gol. Felipe dominou e saiu fazendo embaixadinhas. Dois minutos depois, veio o castigo. Em escanteio cobrado por Ronaldinho, Deivid subiu no primeiro pau para dar uma casquinha e empatar: 3 a 3.
A segunda etapa começou do mesmo jeito que a primeira. E logo aos 5’, Neymar define com frieza à frente de Felipe, dá um toquinho por cima e faz seu segundo golaço na partida: 4 a 3. Aos 21’, mais um lance memorável: Ronaldinho Gaúcho bate falta por baixa da barreira e empata novamente para o Rubro-Negro. E ainda não tinha acabado. A noite era de show do bruxo na Vila. Em contra-ataque do Fla, Thiago Neves serve Ronaldinho, que avança pela esquerda e finaliza no cantinho, sem chances para Rafael. Final: Santos 4 x 5 Flamengo.
Foto: Wagner Meier/AGIF.
“Eu acredito”; Yes, we CAM
As frases que já haviam ecoado na torcida atleticana em 2013, na conquista inédita da Copa Libertadores 2013, voltaram a ganhar força em 2014, em novo título inédito do Atlético-MG: a Copa do Brasil. Pelas quartas de final, o Galo foi batido pelo Corinthians por 2 a 0, no Pacaembu. Os gols foram marcados por Paolo Guerrero e Luciano. Para reverter a situação, o clube mineiro precisava devolver os 2 a 0 na volta. Só que quem abriu o placar no Mineirão foi Guerrero, para o Timão, logo aos cinco minutos de jogo.
O Atlético precisava então, de quatro gols para se classificar. A torcida acreditou e foi possível. Luan e Guilherme descontaram ainda na primeira etapa. Guilherme voltou a marcar no segundo tempo, já aos 30’ do segundo tempo, e Edcarlos virou o jogo, aos 43’. E a história se repetiu na semifinal. Novamente, o Galo saiu atrás fora de casa e teve que buscar nos 90 minutos finais. O volante Cáceres e o zagueiro Chicão garantiram o 2 a 0 para o Flamengo no Maracanã. Everton abriu o placar na volta, no Mineirão.
E outra vez eram necessários quatro gols para os mineiros avançarem. E teve mais emoção do que nas quartas. Carlos descontou e embate foi para o intervalo empatado. Faltavam três gols. Maicosuel virou o placar aos 12 minutos do segundo tempo. E depois, ficou tudo para os momentos finais. Aos 36’, Dátolo ampliou e fez a torcida acreditar ainda mais. Até que Luan, aos 40’, fez o quarto e colocou o Clube na final. Na decisão, o Atlético-MG se sagrou frente ao rival Cruzeiro.
Matéria produzida por Yan Tavares.