Braz e Spindel apontam prejuízo do Flamengo com calendário e atacam a CBF: “cara de pau”

Calendário apertado

O Flamengo tem enfrentado um dos momentos mais desafiadores da temporada devido ao calendário apertado do futebol brasileiro. O clube, que está na disputa simultânea do Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil, tem sentido os efeitos de uma sequência exaustiva de jogos.

Esse cenário tem resultado em um aumento significativo no número de jogadores sofrendo com desgaste físico e lesões, algo que preocupa profundamente a comissão técnica e a diretoria do clube. A insatisfação dos dirigentes do Flamengo com o atual calendário é evidente. O clube tem se mostrado crítico em relação à forma como a CBF gerencia as datas das competições, especialmente em períodos de convocações para a seleção brasileira.

“Ou você reduz o número de jogos em competições A, B, C, D – não quero falar em qual competição isso precisa ser feito. Faz isso ou é conversa fiada. É matemático. Você não consegue ajustar o número de jogos. Infelizmente, não acredito em bom senso nesse tema. Não é questão de bom senso, é questão de matemática. Das principais ligas do futebol mundial, Inglaterra, Espanha, França, Brasil, Argentina. Na Europa inteira, na Ásia inteira”, começou por dizer Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo.

A principal crítica recai sobre o fato de que a CBF não leva em consideração os impactos negativos que essa sobrecarga de jogos causa nos clubes, especialmente em momentos cruciais das competições.

”Qual é a liga que não para o seu campeonato nacional? É o Brasileiro. Então o Brasil está certo e o mundo todo está errado. E o pior. Vou te falar o pior: todo mudo sabe disso. A vergonha e a falta de cara de pau são essas. Todo mudo sabe disso. Eu sei que não pode ser diferente, a CBF sabe, a Federação sabe, os jornalistas sabem. E a gente segue respondendo, e vocês seguem perguntando. Não tem data”, completou.

“Tanto publicamente como internamente, a CBF joga a questão do calendário nos clubes. As datas são uma decisão unilateral da CBF. O resto é balela. Quem faz o calendário, tirando Sul-Americana, Recopa, Libertadores e as datas Fifa de seleção, é a CBF. A CBF entende que ela tem o poder para fazer e que isso não afeta ela. Isso é um raciocínio torto, inclusive para o principal produto da CBF, que é a seleção brasileira. Toda vez que um atleta nosso é convocado, nós, como direção, ficamos felizes. Pelo lado humano, pela relação com eles e pela chancela do nosso trabalho. Mas traz um prejuízo esportivo enorme”, disparou Bruno Spindel, diretor de futebol

Convocação e desfalques

Além disso, a diretoria do Flamengo expressou preocupação com o prejuízo esportivo que o clube sofre ao ter seus principais jogadores convocados para a Seleção Brasileira, especialmente durante partidas decisivas do Campeonato Brasileiro.

”O Flamengo vai jogar 11 jogos do Brasileiro sem seus atletas de Seleção. A CBF acha que isso não tem consequência. E ela está enganada. Quando ela faz isso, quando tem jogador do Atlético-MG na seleção, prejudicando o Atlético-MG. Jogador do Flamengo na seleção, esportivamente prejudicando o Flamengo em 11 datas. Ela está arranhando a relação da seleção com os torcedores do Flamengo, do Atlético-MG, do Palmeiras. Ela está causando dano para o produto dela. Ela não enxerga isso”, concluiu Spindel.

No meio dessa maratona de jogos, a comissão técnica do Flamengo tem buscado alternativas para minimizar o desgaste dos atletas. A insatisfação do Mais Querido reflete um sentimento compartilhado por outros grandes clubes do Brasil, que também sofrem com a sobrecarga de jogos e a ausência de seus principais jogadores em momentos decisivos. A discussão sobre a necessidade de uma reformulação no calendário do futebol brasileiro se torna cada vez mais urgente, visando preservar a integridade física dos atletas e a competitividade dos campeonatos.

O que pensam os torcedores