Balanço financeiro

O Corinthians vive um momento delicado, tanto dentro quanto fora das quatro linhas. No último sábado (17), a equipe não conseguiu superar o Fluminense, empatando sem gols em um confronto crucial para fugir da zona de rebaixamento. Com o ponto conquistado, o Timão saiu temporariamente do Z-4, mas a permanência fora da zona de perigo ainda depende de outros resultados, como o jogo do Vitória contra o Cruzeiro.

Paralelamente à crise em campo, o Corinthians enfrenta uma situação financeira preocupante. A dívida do clube cresceu e atualmente é de R$ 2,15 bilhões, conforme o balanço financeiro de junho divulgado pelo Gazeta Esportiva. Este valor inclui um passivo de R$ 1,4 bilhão, além de R$ 710,1 milhões referentes ao financiamento da Neo Química Arena. A gestão atual, liderada pelo presidente Augusto Melo, apresentou um déficit de R$ 30,3 milhões no primeiro semestre, contrariando a expectativa de um superávit de R$ 15,3 milhões.

O aumento da dívida é atribuído a diversos fatores, entre eles, despesas financeiras líquidas que somaram R$ 96,3 milhões, muito acima do previsto pela diretoria. O clube enfrentou gastos inesperados, como multas contratuais com patrocinadores e jogadores, que contribuíram para o rombo financeiro. Em 2023, o endividamento do Corinthians havia mostrado uma tendência de queda, mas 2024 trouxe uma reviravolta, com o passivo crescendo significativamente.

Arrecadação abaixo

Outro ponto de atenção é a arrecadação abaixo do esperado em patrocínios e direitos de televisão. O clube esperava arrecadar R$ 125 milhões em patrocínios, mas obteve apenas R$ 105,3 milhões. Já a receita com direitos de TV ficou R$ 11,6 milhões abaixo do previsto. Apesar de ter fechado um contrato máster com a Esportes da Sorte, o Corinthians ainda possui espaços vagos em seu uniforme, o que poderia melhorar suas finanças.

Por outro lado, o Corinthians registrou um lucro operacional de R$ 65,9 milhões, impulsionado pela venda do volante Gabriel Moscardo ao Paris Saint-Germain, que gerou R$ 108 milhões para os cofres do clube. Esse valor, no entanto, não foi suficiente para equilibrar as contas e o endividamento continua a ser uma grande preocupação.

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Em meio a esse cenário, o clube também observou um crescimento no passivo de curto prazo com fornecedores e encargos sociais. Esses aumentos refletem a reformulação do elenco para a temporada e as pressões financeiras que o clube enfrenta. Embora tenha economizado cerca de R$ 10 milhões em despesas com pessoal, o Corinthians ainda precisa enfrentar desafios significativos para estabilizar suas finanças e garantir um futuro mais sólido.

Enquanto lida com a crise financeira a diretoria tenta fechar com alguns reforços e um assunto que agitou os bastidores do Clube foi o fata de o volante venezuelano José Martínez, pedido por Ramón Díaz, ter se despedido do Philadelphia Union, dos Estados Unidos, e agora é aguardado no Brasil.