Opinião do Profeta:
Agora focando em reforços e saídas no mercado da bola, depois da derrocada no no Brasileirão, o Botafogo viu Hernanes expor os motivos que acredita terem levado a essa situação:
“Tem alguns fatores que vou elencar. A primeira coisa é capacidade de vencer, sair das quatro linhas e abrir o mundo culturalmente e em outros aspectos. Percebi quando comecei a jogar que eu não queria jogar, queria ser o melhor possível, o melhor do mundo”, iniciou.
“Percebi que tudo começava na cabeça. Comecei a estudar o que fazer e pensar para chegar no nível dos caras que eu admirava, como Zidane e Seedorf. Comecei com essa busca de transformar primeiro a minha cabeça, depois o técnico e o físico”, acrescentou o craque.
“A cabeça é que comanda tudo, é a parte mais difícil de controlar. Vou dar um exemplo do futevôlei. Eu estava jogando recentemente, é engraçado, você abre quatro pontos de vantagem, o jogo era apostado, valendo Gatorade, quando abrimos quatro pontos já senti o gosto do Gatorade”, seguiu Hernanes.
“Estava 8 a 4, você já projeta. A luta é constante, concentra aqui, é ponto por ponto. Para mim, essa é a coisa mais importante e difícil, controlar o estado de presença que devemos ter durante o jogo, os treinos e o ano. Se você não sabe fazer isso, essa gestão do psicológico, acha que já ganhou, começa a baixar performances nos treinos, nos jogos, e vai degringolando“, explicou, ao Charla Podcast”.
Falta de experiência com título:
“A segunda coisa é que o time do Botafogo tinha poucos caras que já tinham sido campeões. O cérebro é uma máquina, não tem um botão, mas tem mecanismos de gatilhos, os campeões sabem como fazer isso, por isso foram campeões”, contou.
“Além da técnica, da disciplina, de tudo. E teve a mudança de comando. Quando eu era mais jovem, baseado na mentalidade de me deixa jogar, achava que o treinador não era tão importante. Hoje, mais experiente, vejo que o treinador está vendo de fora“, disse, completando:
Hernanes deu explicações que podem ter ajudado na queda de rendimento – Foto: Marcello Zambrana/AGIF.
“Se ele não está vendo, ferrou. O trabalho dele é ver, enxergar as debilidades. Antes eu dizia quero ser treinador, mas às vezes estava em algum grupo e pensava “o cara não está enxergando nada, se ele está treinando esse time aqui, também dou conta de fazer”, ressaltou Hernanes.
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“Técnico é fundamental, teve a saída (de Luís Castro), começou mantendo a regularidade por um tempo, depois degringolou, a diretoria perdeu a mão, não conseguiu achar a peça certa”, opinou, indo além:
“Se não vai atrás de treinador para manter estilo, vai chegar outro para querer mudar, colocar a mão dele. É uma série de fatores que permite que o time vire de ponta cabeça“, finalizou o Profeta.