O técnico Fernando Diniz possui a admiração de vários jogadores do futebol nacional, incluindo de alguns que não teve a oportunidade de comandar e os já puderam ouvir algumas de suas orientações. Um deles é Raphael Veiga que atualmente defende o Palmeiras. Em entrevista ao programa Bola da Vez da ESPN, o camisa 23 da equipe alviverde revelou uma atitude do treinador que teve reflexo em sua trajetória dentro das quatro linhas.
“Um dia nós discutimos, porque ele me deixou de lateral ou ala, e eu saí de lá bravo, aí no outro dia ele foi falar comigo, eu falei e saí andando. Quando foi 17h30, ele me liga, aí pensei: ‘Diniz me ligando, não vou atender’. Aí acabei atendendo, ele pediu pra eu ir até a casa dele para conversar, aí eu falei ‘no treino a gente conversa’, mas acabei indo. Ele desceu do apartamento, entrou no carro e ficou um minuto olhando para mim sem falar nada”, começou dizendo.
Em seguida, completou: “Aí ele começou a me guiar: ‘Vai reto, vira à direita, vira à esquerda, agora desce aqui’. Aí eu fiquei: ‘O que esse cara está fazendo?’. Chegou lá, eu olho assim ‘psicóloga’, ele me levou na psicóloga. Na hora que eu vi não fiquei feliz, aí ele entrou na sala e falou: ‘Olha, doutora, esse aqui é o Raphael que eu te falei, eu vou sair aqui da sala para deixar vocês tranquilos’. Aí falei pra ela ‘não sei o que estou fazendo aqui’. Aí ela foi me perguntando, me perguntando e quando foi ver, estou até hoje fazendo terapia.”
Ainda durante a entrevista, o meia da equipe Alviverde foi questionado sobre as diferenças entre seu atual treinador e professor do Tricolor Carioca e foi e foi bastante detalhista ao comparar os estilos de cada um. “O Diniz é mais de instigar, o Abel é mais tranquilo em relação a isso. Mas os dois são bem acessíveis. Eu me sinto confortável de chegar e falar com eles. Eu tenho uma relação muito boa com o Diniz. Quando eu estava no Athletico, eu fui para lá com uma pressão que eu me coloquei de ‘saí do Palmeiras e tenho que fazer algo diferente aqui no Furacão’. E esse peso, essa autocrítica tão forte me atrapalhava e não me deixava desfrutar do futebol. Eu queria fazer tudo no Athletico, o Diniz me deixava de volante e isso me matava, porque eu tentava passar e ele falava pra eu ficar, por conta do meu passe. Aí isso começou a me remoer por dentro e ele viu que isso estava me fazendo mal”, concluiu.