Nesta segunda (2), Pelé está sendo velado na Vila Belmiro, em Santos, após falecer devido à falência de múltiplos órgãos causada pela progressão do câncer de cólon. Para se despedir do craque, figuras importantes do futebol, chefes de estado e outros representantes de países compareceram ao estádio, incluindo Tibe Bi Gole Blaise. O Cônsul da Costa do Marfim apontou a importância do Rei na luta contra o racismo no esporte ao longo dos anos.

Em entrevista à ESPN na despedida ao Rei do Futebol na Vila Belmiro, Tibe Bi Gole Blaise destacou que Pelé teve papel fundamental não só no combate ao racismo no futebol, como também no âmbito social: “Você não imagina o que Pelé representa para África. O racismo é menor porque Pelé existiu. Se não tivesse existido Pelé, nenhum negro estava jogando. Então, Pelé é tudo”, declarou o representante do consulado do país do continente africano.

Vale lembrar que, em 1969, o Santos do Atleta do Século fez uma excursão pela África, que sofria com conflitos armados entre países que tinham acabado de conquistar sua independência e buscavam poder e territórios. Na ocasião, Benin, na Nigéria, decretou um cessar fogo para que o Rei do Futebol pudesse atuar na cidade, como informado pelo historiador Gabriel Pierin ao G1. E um ex-atacante do Peixe também reforçou o argumento do Cônsul da Costa do Marfim.

Em entrevista ao G1, Manoel Maria, que era o melhor amigo do craque, afirmou a importância do Rei não só para o mundo do futebol, como também na luta contra o racismo: “Já naquela época, muita festa, porque o Pelé, por ser negro, né? Ele se sentiu representado, no mundo, pelo Pelé”, disso o ex-jogador do Santos, fazendo referência a uma viagem da delegação santista, em outubro de 2022, rumo à Nigéria para ser homenageada pelas autoridades do país africano.