Ninguém gosta…

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, reacendeu a discussão sobre o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro em uma entrevista coletiva nesta terça-feira.

O dirigente expressou sua oposição a esse tipo de campo e criticou a ideia de que eles reduzem custos, lançando uma alfinetada ao Botafogo, que realizou shows em seu estádio durante uma fase de queda de produção no Brasileirão de 2023.

“Dizem que sintético diminui o custo. Mas, se você tem um clube de futebol e não consegue manter um campo de grama, você não pode ter um clube. Se não vira casa de show. Tem gente que prefere fazer cinco shows. E tudo bem. Mas eu prefiro ganhar títulos”, disse Mário Bittencourt.

Em meio a esse debate, o Palmeiras também entrou na discussão, anunciando que não jogará em seu próprio estádio até que seja feita a manutenção do gramado sintético. Mário é um crítico frequente desse tipo de piso e reforçou sua posição durante a coletiva.

Alfinetou rivais

“Tem time que estava na liderança do campeonato, tirou do gramado sintético para receber show, colocou em gramado natural e perdeu o jogo. O próprio técnico do Grêmio disse que, se fosse em gramado sintético, o Suárez não jogaria”, reitera o presente.

Bittencourt argumentou que, se um clube não consegue manter um campo de grama natural, não deveria ter um clube de futebol. Ele questionou a prioridade de alguns clubes, mencionando aqueles que preferem realizar shows a manter a qualidade do campo, alfinetando indiretamente o Botafogo.

“Em um CT, quando você esfola os campos, é necessário (o sintético), quando eles estão em recuperação. Sei que tem estudo para os dois lados. Eu defendo por princípio do jogo. Futebol sempre foi jogado em gramado natural”, falou Bittencourt.

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Durante sua gestão, iniciada em 2019, o Fluminense conquistou três títulos, dois Cariocas e uma Libertadores. Mário reforçou sua posição contrária ao sintético também ao falar do Maracanã, temendo que o estádio possa adotar esse tipo de gramado.

Provado que não é bom!

Embora o dirigente reconheça a utilidade do sintético em centros de treinamento durante períodos de recuperação dos campos naturais, ele enfatiza que a grama artificial altera o jogo. Mário alega que os jogadores ficam mais lentos devido à maior aderência da chuteira, e o quique da bola é diferente. Ele argumenta que, em 80% dos jogos, o gramado utilizado é o natural.

“O sintético muda o jogo. O jogador fica mais lento, porque a chuteira prende mais. O quique da bola é diferente. “Ah, mas é aprovado pela Fifa”, mas não necessariamente é bom. Em 80% dos jogos, é gramado natural. Ele traz uma modificação. Vou discutir resultado esportivo. Todo clube que começa a jogar em gramado sintético, nos primeiros dois ou três anos, tem um resultado em casa muito diferente. Pode buscar aí. Porque existe uma dificuldade natural em jogar lá.”, finalizou o presidente do Fluminense.

Apesar de sua oposição aos sintéticos, Mário Bittencourt ressalta a importância de um debate mais amplo, incluindo questões médicas, como a incidência do sol na grama sintética e seus possíveis efeitos na saúde dos atletas. Ele destaca que a maioria dos clubes da Série A é contra o uso de gramados sintéticos e sugere que essa decisão deve ser tomada em um conselho arbitral na CBF.

O dirigente também aborda a estratégia de poupar jogadores em campos sintéticos, sugerindo que as equipes que jogam nesses campos enfrentam adversários mesclados, pois estes poupam seus titulares. Por fim, Mário destaca que a discussão deve ir além do argumento financeiro e considerar o impacto no desempenho esportivo e nas tradições do futebol brasileiro.

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