Virou caso sério

O processo movido por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, contra John Textor, dono da SAF do Botafogo, teve recentes mudanças de foro e juiz. Na última sexta-feira, ficou decidido que o caso será tramitado na 29ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, abandonando o Juizado Especial onde estava inicialmente.

A mudança de foro foi requisitada pelo Ministério Público devido aos crimes de injúria e difamação dos quais Ednaldo acusa Textor. A juíza do Juizado Especial concordou com o pedido, direcionando o caso para uma instância mais apropriada.

Segundo a legislação, o Juizado Especial julga apenas crimes com penas inferiores a dois anos. Dado o somatório das punições para ambos os crimes em questão, esse limite seria ultrapassado. Portanto, Textor, se condenado, poderá enfrentar uma pena mais severa, tornando-se um complicador para ele.

Entretanto, o empresário parece não demonstrar preocupação com o desdobramento do processo. Após três meses de tramitação, ele ainda não indicou um advogado para sua defesa.

Erros na arbitragem geram problemas severos

John Textor foi alvo do processo por ter acusado a CBF e Ednaldo de corrupção devido a erros de arbitragem durante o Campeonato Brasileiro do ano passado.

A ação criminal foi iniciada em novembro, quando a CBF entrou com a ação na Justiça comum contra o dono da SAF do Botafogo. O empresário norte-americano fez declarações contundentes ao canal Premiere, após a derrota do Botafogo para o Palmeiras por 4 a 3.

Em suas falas, Textor acusou a arbitragem de “corrupção” e pediu a renúncia do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Suas críticas foram direcionadas à polêmica expulsão de Adryelson durante a partida.

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“O mundo inteiro viu, aquilo não foi um cartão vermelho, ele [Adryelson] chega na bola primeiro. Não tenho certeza nem se foi falta. E não é um cartão vermelho, ele mudou o jogo. Isso é corrupção, é um roubo”, disparou Textor.

As falas excessivas de Textor

“Pode me multar, Ednaldo, mas você precisa renunciar amanhã de manhã”, seguiu o americano se dirigindo diretamente ao presidente da CBF. “Esse campeonato virou uma piada. Ninguém merece isso. Os jogadores do Palmeiras não querem ganhar assim, nós não queremos perder assim. Senhores, vocês jogaram um belo jogo, mas isso é uma p*** de uma corrupção”, disse Textor.

“Isso tem que mudar. E você precisa renunciar pelo bem do jogo. Pode me multar, me expulsar, mas é meu estádio, eu ainda estarei aqui”, complementou o magnata.

Vale ressaltar que, além de possíveis punições pela Justiça comum, Textor ainda pode enfrentar sanções do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o que poderia resultar em sua proibição de comparecer aos jogos do Botafogo no Campeonato Brasileiro.

A súmula da partida, elaborada pelo árbitro Bráulio da Silva Machado, menciona ainda aplausos irônicos de Textor à equipe de arbitragem. O desfecho desse imbróglio promete novos capítulos nos próximos dias.

O que dizem os tocedores