São Paulo fecha 2024 no vermelho
O São Paulo encerrou o ano de 2024 com um déficit de R$ 287 milhões, o maior desde que Julio Casares assumiu o comando do clube. O número acendeu alertas entre conselheiros e torcedores, mas o presidente tratou de responder rapidamente.
Em uma longa publicação nas redes sociais, o presidente justificou os fatores que levaram ao rombo, apresentou ações que já estão sendo implementadas para estancar a dívida e garantiu: vai deixar o clube financeiramente forte para os próximos anos.
Casares foi direto ao explicar os principais pontos que pesaram no caixa são-paulino. “O déficit alto (R$ 287 milhões) é resultado de alguns fatores. Os principais são: 1 – Manutenção de um time competitivo (evitamos ao máximo vender jogadores, sendo que dois dos nossos principais ativos sofreram lesões na última temporada – Pablo Maia e Nestor); 2 – Pagamento de juros bancários oriundos da dívida e de empréstimos contraídos pela necessidade de manter o fluxo de caixa para pagamentos rotineiros e de curto prazo.”
Iniciativas no Tricolor Paulista
O presidente também citou iniciativas para mudar o cenário financeiro e valorizar o São Paulo a médio e longo prazo. “Criamos um planejamento para reverter tal situação e estancarmos a dívida. O SPFC criou o seu fundo em parceria com a Galapagos Capital e Outfield. Já captamos R$ 135 milhões nestes primeiros meses […] O marketing tem trabalhado arduamente e alcançado excelentes resultados […] Até mesmo os naming rights do estádio, um negócio que era visto com descrédito, foi conseguido com valores expressivos, com o Morumbis virando um case de sucesso na área.”
Casares destacou a nova realidade do mercado da bola e alterações na contabilidade da base como agravantes no déficit. “O mercado do futebol inflacionou exponencialmente nos últimos 5 anos […] Hoje o futebol está mais caro. Um valor que antes era suficiente para pagar o salário de um jogador considerado de elite passou a ser um custo pouco acima da média […] 3 – Pagamento de tributos e multas, alguns ainda oriundos da pandemia e que resultaram quase R$ 90 milhões negativos; 4 – Mudança de como a base passou a ser registrada, não constando mais como investimento e sim como despesa e onerando a dívida em cerca de R$ 40 milhões.”
Promessa para 2027 e visão de futuro para 2030
Mesmo com o déficit, Casares garantiu que o clube tem garantidos mais de R$ 2 bilhões em receitas até 2030 e reafirmou seu compromisso: “Temos receitas garantidas até 2030, com acordos longos já visando o nosso centenário. […] O processo será longo e não é simples e nem fácil de atravessar. Mas juntos vamos passar por tudo e trabalhar para deixar o São Paulo Futebol Clube ainda mais forte.”
Ao final, ele ainda lembrou que muitos empréstimos foram contraídos com aval pessoal. “Talvez você não saiba, mas muitos desses empréstimos para serem obtidos precisaram até mesmo do meu aval pessoal, colocando meus bens em risco.”