Fazer reformas na estrutura de um clube não é tarefa fácil. Corinthians e Atlético-MG que o digam. Juntos, ambos somam uma dívida bilionária de, aproximadamente, 2,6 bilhões de reais. Quem analisa a grandiosidade de suas respectivas Arenas talvez não imagina o quanto de juros as duas equipes gastam com o financiamento de seus projetos.
Porém, não é somente no Brasil que isso acontece. Na região da Catalunha, o Barcelona também acumula dívida bilionária para sustentar o projeto de reformas e restauração do Camp Nou: o ‘Espai Barça’. De acordo com o presidente Joan Laporta, essa é uma iniciativa de reconstrução da identidade/imagem de um clube tradicionalmente vencedor.
O clube catalão levantou € 1,45 bilhão em dívidas para financiar um projeto que inclui a reforma do tradicional estádio mais a construção de uma arena poliesportiva, nomeada ‘Palau Blaugrana’, com o intuito de estimular a prática de basquete, handebol e outros espaços identificados com o clube, como um hotel e uma loja oficiais da instituição.
O diretor financeiro do clube, Manel del Rio, afirmou que o pagamento da dívida será parcelado em 94 milhões de euros anuais e começará em 2026, quando as obras do Camp Nou forem concluídas. A maior parte das obras terá início em junho deste ano, e a equipe jogará no Estádio Olímpico da cidade até novembro de 2024, em tempo para celebrar os 125 anos do clube na nova casa reformada. Durante as obras, a receita com ingressos será menor devido à capacidade reduzida do Estádio Olímpico, que tem cerca de 40% menos capacidade do que o Camp Nou.
De acordo com o clube, dos € 1,45 bilhão arrecadados para a reforma, € 375 milhões foram obtidos por meio de um empréstimo bancário e o restante por meio de contribuições privadas, vendidas a 20 investidores internacionais. O Barça emitiu oito títulos de dívida e pode emitir outro no valor de até € 50 milhões, conforme informado pela diretora corporativa do clube, Maribel Melendez. Os bancos que forneceram o empréstimo foram Goldman Sachs Group Inc., JPMorgan Chase & Co. e Mitsubishi UFJ Financial Group Inc., como já havia sido divulgado pela Bloomberg neste mês.