Rebaixamento do Athletico-PR

Em pleno ano de seu centenário, o Athletico Paranaense viveu um dos capítulos mais dolorosos de sua história ao ser rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.

O desfecho amargo veio no dia 8 de dezembro de 2024, em Belo Horizonte, onde o Furacão foi derrotado por 1 a 0 pelo Atlético Mineiro. O gol decisivo nasceu de um lance simbólico: Hulk desperdiçou um pênalti, mas Rubens estava no lugar certo para converter o rebote, cravando o resultado que confirmou a queda. A frustração, inevitavelmente, marcou um momento que deveria ser de celebração para o clube.

Capitão soltou o verbo

Em meio a uma temporada turbulenta, o capitão e zagueiro Thiago Heleno deixou claro seu descontentamento ao comentar o desfecho amargo. A trajetória do Athletico-PR em 2024 foi marcada por altos e baixos que culminaram em um desfecho dramático: o rebaixamento para a Série B, um golpe duro para o clube e sua torcida.

Thiago Heleno, peça-chave na liderança do elenco, não escondeu seu pesar ao classificar o rebaixamento como o episódio mais humilhante de sua trajetória no Athletico.

“Maior vexame, ninguém quer um rebaixamento. A gente procura honrar muito a camisa do Athletico. É pedir desculpa ao torcedor. Quem ficar para o ano que vem, que faça um projeto legal e aceite o clube dispõe”, disse em tom de despedida.

O capitão destacou a dor compartilhada entre atletas, torcedores e suas famílias, descrevendo o momento como um golpe difícil de superar. Apesar do empenho dos jogadores mais experientes, ele reconheceu que os erros acumulados ao longo da temporada foram decisivos para o desempenho abaixo do esperado.

“Era só ter vencido o jogo, onde não tinha torcida adversária e favorecia nosso lado. Mais uma vez, falta de muita peça”, completou Thiago Heleno.

Sobrou para a diretoria

A insatisfação não ficou restrita aos jogadores, mas alcançou também a diretoria e a comissão técnica, considerados corresponsáveis pelo desempenho frustrante. Thiago Heleno ressaltou que todos no clube, de algum modo, tiveram sua parcela na situação delicada, destacando a importância de se desculpar com os torcedores que mantiveram sua lealdade mesmo diante dos desafios enfrentados.

“Erro de todos os lados. Jogadores têm culpa, diretoria tem culpa. Treinadores que passaram têm culpa. Todos da imprensa paranaense acompanham de perto. Foram muitas trocas de treinadores”, disse.

Pensando no futuro, Thiago Heleno manifestou a esperança de que o rebaixamento sirva como um impulso para transformações profundas no clube. Ele defendeu a importância da união entre diretoria e elenco, acreditando que essa coesão será essencial para traçar novos caminhos e assegurar o retorno do Athletico-PR à elite do futebol, lugar que considera ser o verdadeiro palco da equipe.

“Estou muitos anos no clube e com certeza é o pior fim de ano meu, desde que comecei. Agora é só ir para nossa família. Sei que esse rebaixamento ainda vai sobrar para algumas pessoas. Mas muitas vão sair ilesas pelo fato de não terem aparecido e não terem jogado. Muitas vezes alguns jogadores sem ter condição, no limite, para poder ajudar”.