Tensão extracampo
O Corinthians vive um momento delicado. Fora das quatro linhas a tensão paira nas alamedas do Parque São Jorge, isso porque houve recentemente uma convocação do Conselho Deliberativo para votar o processo de impeachment do presidente Augusto Melo, que se mostrou indignado com a ação dos conselheiros.
A reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, que originalmente ocorreria na última quinta-feira (28), foi remarcada para a próxima segunda-feira (02) atendendo uma solicitação do Comando Geral da Polícia Militar e da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).
Novo pedido de impeachment
De acordo com Perrone, em sua coluna no UOL, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians, recebeu o relatório do Conselho de Orientação (Cori), com um novo pedido de abertura de processo de destituição contra o presidente Augusto Melo. O envio do documento foi feito em atendimento à solicitação do Cori, e a reunião do CD marcada para a próxima segunda abordará essa nova solicitação.
Apesar do novo pedido, o processo de impeachment não será confirmado oficialmente na reunião, já que a pauta principal será a solicitação de destituição feita anteriormente por membros da oposição. Este pedido de impeachment, teria como base alegações de infrações estatutárias, além de ter também uma relação com a investigação policial sobre o suposto pagamento de comissão por intermediação do patrocínio com o Vai de Bet. Vale destacar que Augusto Melo nega qualquer irregularidade.
A Comissão de Ética e Disciplina do CD recomendou que o processo de destituição fosse suspenso até que a investigação policial, em andamento, seja concluída. Essa recomendação foi uma forma de garantir que todas as evidências sejam devidamente analisadas antes de tomar qualquer decisão definitiva. Vale destacar que o processo de impeachment dependerá da aprovação final pelos sócios do clube em uma assembleia.
A avaliação da oposição é de que este novo pedido de impeachment tem o potencial de enfraquecer a posição de Augusto Melo no clube, tornando-o mais vulnerável nas discussões da próxima segunda-feira. A assessoria de imprensa de Augusto Melo, em contato com a imprensa, afirmou que o relatório do Cori ainda está sendo analisado e que não há um posicionamento oficial sobre o assunto.
Apesar disso, o presidente não descartou a possibilidade de o relatório seguir seu curso, com Tuma Júnior encaminhando-o à Comissão de Ética e Disciplina para um novo procedimento ser iniciado.
“As únicas percepções que o Conselho de Orientação detém é que a fábula despendida no ano de 2024 para tentar buscar resultado desportivo a qualquer preço (literalmente) foi irresponsável e será cobrada inexoravelmente em 2025 pelos numerosos credores da instituição”, diz trecho do documento.
O que diz Melo
Em entrevista à ESPN, o presidente afirmou não estar preocupado com o impeachment. “Estamos com mais de R$ 50 milhões bloqueados por empresários e mesmo assim estamos mantendo os salários em dia. São quatro meses de salários antecipados. Há muitos anos que isso não se fazia aqui. Peguei com 11 meses de direito de imagem atrasado, salário atrasado, bicho atrasado. Hoje está tudo em ordem. Não me preocupo com impeachment”.
Apesar disso, ele destacou o risco que o processo pode acarretar para o clube. “Existe um planejamento para 2025 que, se a gente sair, esse planejamento vai ter problema. Vamos entrar num colapso. Se acontecer o impeachment nós vamos entrar em um colapso jamais visto na história do futebol”.