Grande superação
A trajetória de Matheus Frizzo no futebol é marcada por altos e baixos. Recentemente, o meia do Coritiba fez um gol espetacular, que ele descreve como “o gol que Pelé não fez”. Este momento de triunfo contrasta fortemente com um período mais sombrio de sua carreira.
Há dois anos, Frizzo enfrentou um dos maiores desafios de sua vida: a depressão. Em uma conversa franca, ele descreveu esse período como um “deserto” em sua vida, um tempo de isolamento e luta interna.
Frizzo falou abertamente sobre a pressão mental no futebol e como isso afetou afetou sua vida e destacou a importância de cuidar da saúde mental, especialmente em um ambiente de alta pressão como o futebol.
“É delicado falar, mas eu tive (depressão). É bem pesado. Hoje eu vejo que no futebol isso não é tratado com a importância que deve ter. Saúde mental é tudo pelo ambiente de pressão que a gente vive. Na quarta você vence e é o melhor. No sábado você perde e é um lixo. Eu aprendi com esse momento a ficar um pouco, não ausente, mas dar menos valor às redes sociais. Foi um deserto. Eu tinha sido campeão da Série B e seis, sete meses depois, toda as portas se fecharam para mim. Você acorda, o telefone não toca como hoje toca. Você não tem mais valor para as pessoas. Eu vejo que as pessoas não te amam. Elas amam o que você produz. Se você está produzindo, você tem valor. Se você não está produzindo, ninguém quer saber de você. Foi um momento complicado de acordar e não querer sair da cama”, revelou o jogador.
Gol que vale Puskás
Durante esse período difícil, Frizzo contou com o apoio de sua família e de seu amigo Zilmar Quadros. Ele também enfatizou a importância da terapia em sua recuperação e como ela o ajudou a lidar com a depressão.
“Eu vejo que as pessoas não te amam. Elas amam o que você produz. Se você está produzindo, você tem valor. Se você não está produzindo, ninguém quer saber de você. Eu tenho um cara que virou um grande irmão, que cuida da minha performance, que é o Zilmar Quadros, meu personal e nutricionista, e tinha mensagem dele todo dia me incentivando a treinar. Eu comecei a fazer psicólogo e faço até hoje, não largo nunca mais”, destacou Frizzo.
O atleta passou por esse período desafiador em 2022, quando estava jogando pelo Grêmio. Um ano antes, ele havia sido campeão da Série B. Sua recuperação começou quando ele se mudou para o Tombense, onde aprendeu a valorizar os pequenos momentos da vida.
No Tombense, Frizzo passou por um período de provação. Ele descreveu como se aproximou de Deus e como isso o ajudou a superar os desafios. Ele também falou sobre a importância de cuidar de seu corpo, que ele considera sua “ferramenta de trabalho”.
Agora, Frizzo tem um novo sonho: ganhar o prêmio Puskás. Ele revelou que sonhou em fazer um gol do meio de campo, o que se tornou realidade recentemente. Agora, ele espera estar na cerimônia da FIFA em janeiro para concorrer ao prêmio Puskás, dado ao jogador que fez o gol mais bonito do ano.
Acha que Frizzo consegue o Puskás?
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“Foi o gol mais bonito que eu já fiz, mas espero fazer mais. Quem sabe, se surgir mais vezes a oportunidade e for a melhor opção, claro. É um honra marcar esse gol. Ficaria bonito de terno (risos), ficaria legal eu ao lado dos melhores. É um sonho, mas é algo que a gente não tem controle. O gol vale Puskás. Dá uma ajuda aí (risos). Tomara, mas pés no chão. As conquistas coletivas são mais importantes e, por isso, sei que domingo temos que produzir de novo”, revelou Matheus Frizzo.
Matheus Frizzo, que começou sua carreira no São Paulo e passou por Grêmio, Botafogo e Tombense, é atualmente o artilheiro do Coritiba na Série B. Desde que foi contratado no início da temporada, ele já marcou oito gols pelo time.