Investimento pesado

As finanças do Botafogo têm sido alvo de grande destaque em 2024, especialmente devido aos investimentos significativos realizados pelo clube sob a gestão da SAF e com o apoio financeiro de John Textor. A recente contratação do lateral-direito Vitinho, do Burnley, é um exemplo dessa tendência de altos gastos para montar um elenco competitivo. A negociação envolveu um desembolso de 8 milhões de euros (cerca de R$ 49,3 milhões) e pode chegar a 62 milhões de reais com os bônus incluídos.

Com essa aquisição, o Botafogo ultrapassou a marca de R$ 360 milhões investidos na temporada. Além disso, o clube continua ativo no mercado, buscando reforços adicionais para completar o elenco. Esse montante coloca o Botafogo em um patamar de investimento elevado, especialmente considerando que o clube ainda está em processo de consolidação financeira.

Durante o programa Finanças do Esporte, do UOL, os comentaristas discutiram a magnitude dos investimentos do Botafogo e do Flamengo em 2024. Rodrigo Mattos destacou que o valor de R$ 390 milhões já inclui a contratação de Vitinho e corresponde exatamente à receita total do Botafogo do ano anterior. “O número 390 já está atualizado com Vitinho, lateral que o Botafogo está contratando do Burnley. Corresponde exatamente à receita do Botafogo do ano passado inteiro. Mostra o tamanho do gasto deste ano. Acredito que é o maior investimento de um clube em um ano na história do futebol brasileiro. Não vejo outro, nem se atualizar, Parmalat, MSI, é o maior investimento de um clube em um ano, muito com recurso do seu dono, não são recursos gerados pelo Botafogo ainda.”

Rodrigo Mattos continuou a análise ressaltando que esse investimento recorde está diretamente relacionado aos recursos provenientes da holding de John Textor, que também detém clubes como o Lyon, o Crystal Palace e o RWD Molenbeek. “Tem a coisa da holding, que detém o Botafogo, é dona do Lyon, de parte do Crystal Palace, do RWD Molenbeek. É dentro dessa lógica esse investimento recorde no futebol brasileiro.”

Está valendo a pena

O jornalista Paulo Vinicius Coelho, o PVC, também abordou a questão, comparando os investimentos atuais com aqueles realizados no passado, especialmente durante a gestão de Emil Pinheiro no Botafogo. Ele destacou que, apesar dos grandes investimentos feitos por Pinheiro, as cifras de hoje são incomparavelmente maiores. “Mesmo que você considere Parmalat, os valores eram diferentes. Não que fizesse investimento proporcionalmente na época, mas o tamanho era diferente. Quando começa a janela de 93, lembro que Edmundo foi o jogador mais caro por US$ 1,8 milhão. O Edilson custou US$ 1 milhão, Robeto Carlos US$ 600 mil, Antônio Carlos US$ 500 mil. Na época se falava em dólar, porque sabia que tinha base real.”

Botafogo está fazendo jus ao investimento feito até aqui?

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PVC também ressaltou a importância de os clubes brasileiros, como o Flamengo, estarem gerando receitas próprias para justificar esses altos investimentos. No entanto, ele ponderou que o Botafogo ainda depende dos recursos iniciais de Textor para se manter competitivo. “Não vemos que o Brasil está produzindo para isso. O Flamengo está, justifica pela receita. O Botafogo ainda não. É investimento inicial, botando dinheiro e torcendo para John Textor não virar Emil Pinheiro.”

O cenário financeiro do Botafogo, marcado por grandes investimentos e a ambição de se firmar entre os principais clubes do Brasil, reflete a confiança do clube na gestão de John Textor. No entanto, à medida que os gastos aumentam, a sustentabilidade desses investimentos e o retorno esperado se tornam questões cruciais para o futuro da equipe.